Nesta quarta-feira, 15 de maio, o vereador Bruno de Paula protagonizou mais um episódio que revela a distância entre o discurso e a prática de muitos políticos locais. Em um grupo de WhatsApp, após ser questionado por um cidadão sobre quem seriam os “vereadores turistas” — aqueles que usufruem de diárias generosas para viagens — Bruno preferiu tergiversar, alegando que “o portal transparência mostra tudo”, e aproveitou para atacar o Executivo, dizendo que “nem um documento de viagem se encontra por lá”.
Mas quem deveria estar fiscalizando esse Executivo, senão o próprio Legislativo — e, por consequência, o próprio Bruno?
A fala do vereador, que parece mais empenhado em responder mensagens no WhatsApp e fazer lives nas redes sociais do que cumprir o papel constitucional de fiscal da população, expõe mais do que uma tentativa de se eximir da responsabilidade. Expõe o despreparo e o descompromisso com a transparência que tanto defende no discurso.
Segundo dados obtidos via Lei de Acesso à Informação, o próprio Bruno Henrique de Paula recebeu R$ 7.199,00 em três empenhos distintos, datados entre fevereiro e março de 2025, sem qualquer detalhamento público visível de notas fiscais, justificativas formais ou relatórios de retorno — exigências mínimas de qualquer gestor público que preza pela lisura.
E ele não está sozinho. A vereadora Franciele Cristina Villa Matos aparece com R$ 8.638,80 em apenas dois empenhos no mesmo período. Valores consideráveis, cujos destinos permanecem nebulosos para o cidadão comum, apesar da tão falada “transparência”.
A situação se agrava quando se sabe que a Promotoria de Justiça de Jales enviou requerimento oficial à Câmara, exigindo justamente o que Bruno alega estar disponível: detalhes das viagens, comprovações de diárias, benefícios concretos e retorno para o município. Se tudo estivesse tão claro como o vereador afirma, o Ministério Público não precisaria intervir.
Mais grave ainda, é a acusação leviana que Bruno lança contra o Executivo, dizendo que lá “não se encontra nem um documento de viagem”. Ora, se há suspeitas, que ele, como vereador e fiscal do povo, aja como tal e cobre formalmente, com requerimentos, investigações e comissões. Não com comentários de WhatsApp e "kkk".
A verdade que o print revela é dura: Bruno de Paula é pago para fiscalizar, mas prefere postar e acusar. Age como se ainda estivesse em campanha, quando, na prática, é sustentado pelo povo para trabalhar com seriedade e cobrar explicações — inclusive de si mesmo e dos colegas de gabinete.
Em tempos de crise, onde o contribuinte aperta o cinto ver vereadores agindo como turistas pagos com dinheiro público deveria causar indignação. A pergunta que fica é simples, direta e incômoda:
Bruno de Paula realmente te representa?
A resposta, caro leitor, está nas urnas — e nos prints.