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TRANSFERIDO PARA FRANCA, PROCURADOR JOSÉ RUBENS PLATES SE DESPEDE DE JALES EM ARTIGO



O procurador da República em Jales, José Rubens Plates, enviou artigo em que se despede de Jales. A cidade não está perdendo apenas um combativo e atento defensor dos interesses das populações de mais de 40 municípios da região.

Perdemos mais que isso: a esposa dele, Adriana Dal’Acqua Plates, tem sido uma batalhadora incansável pelas causas da saúde e, certamente, fará – tanto quanto ele – muita falta à nossa cidade. Eis o artigo:

FRANCA DESPEDIDA DE JALES

No último 05 de outubro (coincidentemente, o 32º aniversário da Constituição Cidadã, que mereceu grande Simpósio realizado em Jales em 2018), findou-se meu ofício como Procurador da República junto ao Ministério Público Federal (MPF) em Jales. Estou sendo removido para a Procuradoria de Franca.

“Pedacinho de Brasil. Assim é Jales”. Aqui permaneci por mais de seis anos, exercendo o honroso papel de voz da sociedade perante a Justiça (vocação essencial do Ministério Público) em relação a mais de 40 Municípios da região noroeste paulista.

Junto com minha família, temos memórias sublimes dos anos iniciais dos nossos filhos, que deram os primeiros passos neste chão.

Com o respaldo da prestimosa equipe da Procuradoria da República, e a colaboração dos organismos policiais e outros órgãos de investigação, e com aval do Poder Judiciário, conduzimos ou participamos de centenas de investigações e processos em face de agentes poderosos, tanto política como economicamente. Vários destes casos resultaram em prisões, bloqueios de bens e valores, e condenações de pessoas que optaram por delinquir, lesando outras pessoas e também a comunidade.

“Com coragem seguimos em frente”, combatendo à criminalidade e à corrupção. Não tememos qualquer “coronel”, da política, do asfalto, do frigorífico, do ensino universitário, ou de outro espaço que essa mentalidade ainda se faça presente.

Certos das dificuldades em fazer retornar o dinheiro desviado aos cofres públicos, buscamos adotar medidas e estratégias preventivas na fiscalização do dinheiro que é do povo. Seguimos o mantra de Ulysses Guimarães: “Não roubar, não deixar roubar, por na cadeia quem roube.”

Em outro lado da atuação do MPF, agimos em favor dos consumidores, da população em situação de rua, das pessoas portadoras de deficiência, dos idosos que, pela vulnerabilidade, tiveram seus interesses defendidos por este Parquet (termo francês utilizado no Brasil para se referir ao Ministério Público).

Além disso, ocupou grande parte das nossas prioridades a melhoria do atendimento nos serviços públicos de saúde (unidade de pronto atendimento, hospitais, unidades de saúde, transporte dos usuários etc.), inclusive no contexto da atual pandemia da COVID-19, assim como: da educação (conclusão de creches) e da previdência etc.

Neste período, os obstáculos e desafios foram imensos, mas enfrentá-los foi possível com a graça de Deus, e com o auxílio de diversos parceiros e colaboradores, com os quais mantivemos relações respeitosas, ficando o registro da gratidão.

Parafraseando o poeta paraibano Ariano Suassuna, atuamos com o espírito “não tenho poder político, nem poder econômico, só tenho uma caneta pesada da peste, e ela está a serviço do meu país e do meu povo”.

Gratos por tudo, despedimos de Jales! Levamos grandes amigos, e a consciência de que lutamos arduamente por prevalecer a dignidade humana. “Pedacinho de Ordem e Progresso. Isso é Jales no meu coração”.

JOSÉ RUBENS PLATES

Procurador da República

Pós-Graduado em Direito pela Escola Superior do Ministério Público da União (ESMPU)

Mestrando em Direito Financeiro pela Universidade de São Paulo (Largo São Francisco)

 


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