A primeira reunião da nova diretoria do CONSIRJ (Consórcio Público Intermunicipal de Saúde da Região de Jales), realizada na última sexta-feira, foi marcada por momentos de intensos debates e críticas. O encontro contou com a participação dos prefeitos que assumiram o desafio de melhorar o consórcio e o sistema de saúde municipal de Jales, responsável por atender cerca de 16 municípios da região, além de alguns poucos vereadores da cidade.
Um dos principais alvos das críticas, segundo informações de participantes, foi a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Jales. Durante o debate, uma participante da reunião destacou que atendimentos classificados como “fichas verdes” e “fichas azuis”, que não são considerados de urgência, deveriam ser redirecionados para as unidades básicas de saúde dos bairros, os chamados “postinhos”. Essas unidades deveriam funcionar em horário integral, das 7h às 17h, para desafogar a demanda da UPA.
Entre as declarações polêmicas, o presidente do CONSIRJ e prefeito de Vitória Brasil, Paulo Mitto, admitiu durante a reunião que, em ocasiões em que ele ou familiares precisaram do atendimento da UPA, foi necessário recorrer a privilégios. Em suas palavras, precisou "dar carteirada", ou seja, utilizar sua posição para obter um atendimento diferenciado, algo inacessível para a população em geral.
Outro ponto crítico abordado na reunião envolveu o caso de uma paciente de Pontalinda, que buscou atendimento diversas vezes na UPA de Jales devido a problemas graves de saúde que requeriam internação imediata. Apesar das tentativas da equipe de saúde, a Santa Casa de Jales recusou a internação em todas as ocasiões. Durante a reunião, o presidente da Santa Casa, que também estava presente, tomou a iniciativa de ligar para a unidade hospitalar e determinou que a paciente fosse internada. No entanto, a ação foi tomada tarde demais: na manhã desta segunda-feira (20), a paciente faleceu. Segundo informações, o corpo ainda se encontra na Santa Casa de Jales.
Adriana Sayoko Furucho 48 anos lupus com insuficiência cardíaca grave, ficou na UPA de 8 a 10 de janeiro e Santa casa, HB recusou, mesmo com carta da reumatologista solicitando internação, foi embora com receita, solicitada nova internação dia 14 negada, dia 16 novamente solicitada internação, foi aceita dia 17 durante reunião dos secretários de saude, upa, Santa casa e diretoria do Consirj, porem pacientete ja grave, de difícil reversão do quadro, faleceu hoje na Santa casa de Jales
O caso gerou grande repercussão entre os participantes, reforçando as críticas ao sistema de saúde municipal e a urgência de mudanças para evitar novos desfechos trágicos.
Contudo, a tendência é que a nova diretoria, ao invés de trazer soluções imediatas, possa inicialmente gerar mais conflitos. Isso ocorre porque 100% dos funcionários da UPA são de Jales, e as exigências feitas pela nova gestão são consideradas praticamente inviáveis de serem atendidas, dadas as limitações estruturais e operacionais atuais.
