Depois de meses tentando desgastar publicamente a Comissão da tradicional Festa da Uva — inclusive levantando denúncias de supostas irregularidades — o prefeito de Palmeira d’Oeste, Valdir Semensati, jogou literalmente o chapéu. Em nota oficial publicada nas redes sociais da Prefeitura nesta segunda-feira, dia 09 de junho, a administração informou que não realizará a Feira da Uva nem a Festa do Peão em 2025, alegando “delicada situação financeira” do município.
O discurso de austeridade, no entanto, começa a desmoronar quando se analisa os números. Desde o início do ano, a gestão Semensati criou 19 novos cargos comissionados, que não existiam anteriormente, gerando uma despesa mensal de R$ 62.781,70 e uma projeção anual de R$ 895.871,13, já considerando 13º salário e férias dos ocupantes dos cargos.
Enquanto isso, o prefeito segue em ritmo acelerado nas redes sociais, publicando fotos ao lado de deputados, posando com medalhas, placas e certificados — aparentemente mais empenhado em conquistar curtidas do que em controlar os cofres públicos.
A nota de esclarecimento afirma que os eventos poderão ser realizados por entidades privadas, sem qualquer apoio do poder público, com exceção de recursos externos específicos. Curiosamente, esse mesmo discurso já vinha sendo adotado pelo grupo de voluntários que organiza a Festa da Uva, que passou a ser alvo de insinuações e tentativas de descredibilização por parte da própria administração.
A pergunta que fica no ar é: será mesmo a crise financeira a causa da desistência da Prefeitura? Ou seria o reflexo de um desequilíbrio gerado por más escolhas administrativas e uso político das festas tradicionais?
A população, mais uma vez, é quem paga a conta — seja pela ausência de eventos que movimentam a economia local, seja pelos cargos que, embora legalmente criados, custam quase R$ 1 milhão por ano ao contribuinte.