O deputado federal Fausto Pinato (PP) teve o nome citado em delação da ex-diretora da Universidade Brasil à Polícia Federal (PF) Juliana da Costa e Silva.
Durante o depoimento, dado em abril do ano passado, mas que só agora veio à tona, ela se refere a indicações de seis alunos que teriam partido do deputado.
"Oh aquela listinha que está escrito lá, indicações, do Fausto Pinato tem seis alunos ali e tem aluno lá, aluno tal seis acertos de 20. Aí o cara concluiu o 5º de Medicina", diz ela em trecho da delação. Não é mencionado em qual circunstâncias ela citou os "seis acertos de 20".
Juliana fez delação na Operação Vagatomia e foi ouvida pelo delegado-chefe da PF de Jales, Cristiano Pádua, e ao procurador da República Carlos Alberto dos Rios Júnior.
Ela afirmou que alunos pagavam R$ 80 mil por uma vaga no curso de Medicina na universidade em Fernandópolis. As fraudes investigadas pelos agentes federais apuram ainda denúncia de que os interessados no Financiamento Estudantil (Fies) desembolsavam R$ 100 mil.
Em relação a Pinato, o delegado questionou a delatora durante o depoimento sobre possíveis documentos que poderiam comprovar a sua acusação.
"Tem uma lista com os nomes das pessoas", afirmou Juliana.
"Mas como você chegou a essa conclusão de que indicou quem? É por e-mail?", questionou a autoridade policial. "Tem por e-mail e tem a listinha que acho que a Edna bateu foto e me mandou", disse a ex-diretora.
Em outubro, o Ministério Público Federal (MPF) denunciou 32 pessoas acusadas de participarem de organização criminosa responsável pela venda de vagas no curso de Medicina ou contratação ilegal do Fies.
São apurados os crimes de falsidade ideológica e fraude processual. Na época da operação, o empresário José Fernando Pinto da Costa e o filho Sthefano Bruno Pinto da Costa chegaram a ser presos, mas foram soltos por decisão judicial.
De acordo com a apuração feita pelos agentes federais, a ex-diretora era responsável pelo projeto pedagógico dos cursos da área da Saúde. Na delação, ela apontou nomes de funcionários que tinham como objetivo fazer a captação de alunos dispostos a transferir de curso.
No documento de delação, consta que Juliana entregou à PF documentos, conversas de WhatsApp, pen drive e conteúdo de e-mails.
O Diário não localizou o delegado da PF para comentar o assunto nesta sexta-feira, 3.
A reportagem questionou a Superintendência da Polícia Federal em São Paulo sobre possíveis desdobramentos e procedimentos instaurados envolvendo o deputado.
"A Polícia Federal não comenta sobre possíveis investigações em andamento", afirmou a assessoria da PF.
(Colaborou Marco Antonio dos Santos)