Em mais um capítulo da já tradicional saga “Penariol contra o mundo”, o ex-candidato a prefeito de Jales e advogado José Luiz Penariol decidiu inovar: na nova Ação Popular protocolada contra a realização da Festa do Peão – ou melhor, contra o que ele classifica como “administração pão e circo” – resolveu incluir nada menos que todos os vereadores de Jales no polo passivo do processo.
Sim, você não leu errado. Aqueles mesmos vereadores que sequer têm qualquer atribuição direta em processos licitatórios agora estão sendo processados como se tivessem assinado contratos de palco, contratado artistas ou vendido camarotes. Talvez Penariol tenha confundido a Câmara com a Comissão de Rodeio.
O curioso é que, juridicamente falando, os vereadores não autorizam licitação. Eles podem (e devem) fiscalizar, é claro. Mas participar da licitação? Assinar nota de empenho? Aprovar show sertanejo? Nem nos sonhos mais criativos da legislação.
Mas, para quem já foi derrotado nas urnas e tem amargado derrotas políticas na Câmara, nada como mirar no Legislativo em um momento de visibilidade, não é? Afinal, criticar a Festa do Peão é quase como brigar com a tradição, com o comércio local e com milhares de amantes do rodeio – tudo em nome da “moralidade administrativa”.
Com shows gratuitos que atraem multidões e movimentam a economia jalesense, a festa tem se consolidado como um evento de fomento cultural, turístico e comercial. Mas para Penariol, parece que festa boa é só aquela com edital embaixo do braço e sem cheiro de cavalgada.
A estratégia jurídica talvez seja um tanto ousada (ou descolada da realidade), mas serve bem ao roteiro que o ex-candidato insiste em escrever: o do paladino solitário combatendo a farra pública — ainda que a farra, no caso, movimente hotéis, restaurantes, postos de gasolina e, claro, o coração do jalesense apaixonado por rodeio.
Enquanto isso, seguimos aguardando o próximo capítulo.
Quem sabe na próxima ação popular o alvo seja o público, por ter a audácia de aplaudir Fernando & Sorocaba?