A política é mesmo um universo à parte. Em qualquer outro campo da vida, quem atinge quase mil pontos estaria no pódio, recebendo medalha de ouro, tapete vermelho e palmas. Mas na política, especialmente a nossa, o sujeito ou a sujeita pode ser ovacionado pelas urnas e, mesmo assim, ficar de fora — como aquele aluno que tirou 9,9 e perdeu a vaga pro filho do coordenador que tirou 5, mas é "da casa".
E aí surgem explicações técnicas: coeficiente eleitoral, sobra de votos, matemática política... Mas no fundo, talvez o buraco seja mais embaixo. Afinal, quando se tem uma votação expressiva e ainda assim não se conquista uma cadeira, é válido perguntar: quem está articulando por trás? Ou pior: quem não está articulando nada?
Nesse cenário entra o famoso “bigode” — o deputado que parece mais preocupado em pentear as ideias do que em organizá-las.
Se depender da assessoria que o cerca (ou encobre), qualquer estratégia pode virar pastel de vento. E, cá entre nós, se essa mesma assessoria é a que deveria garantir espaço pra quem já tem o apoio do povo, estamos todos num barco furado, remando com colher de chá.
O resultado? Lideranças com potencial, com voto, com história, ficam assistindo o jogo do banco, enquanto a bola é chutada por quem mal sabe onde é o gol. E a torcida, como sempre, fica se perguntando: será que o problema é o time ou o técnico?
às vezes é o bigode. Às vezes, é quem escova ele.