Artigo

O Clamor dos Humildes por Dignidade e Respeito no Atendimento à Saúde



Não me cabe apontar culpados, nem condenar instituições ou gestores, mas como jornalista e cidadão, sinto o dever de trazer à tona o grito silencioso dos humildes, daqueles que esperam na fila, que sofrem em corredores de hospitais e que, muitas vezes, partem sem terem recebido o atendimento digno que qualquer ser humano merece.

É difícil entender as burocracias que tornam a comunicação entre a UPA e a Santa Casa algo tão complicado e demorado. De onde estou, não vejo os bastidores administrativos nem os entraves legais que paralisam decisões. O que vejo são as mães com filhos nos braços, idosos com a saúde debilitada, trabalhadores que precisam se recuperar para voltarem a sustentar suas famílias. Vejo a angústia de quem aguarda um leito de internação como quem aguarda um milagre.

A saúde, senhores, é urgente. O tempo não espera. E quando se trata da vida dos mais vulneráveis, a demora pode ser fatal. Não estamos falando de números em relatórios ou de estatísticas em gráficos. Estamos falando de vidas. De histórias que poderiam ser reescritas se houvesse agilidade, diálogo e, acima de tudo, respeito.

Sei que existem desafios estruturais e limitações orçamentárias. Sei que nem tudo pode ser resolvido com um estalar de dedos. Mas também sei que, com vontade política e união de esforços, é possível transformar a realidade. Afinal, não estamos pedindo privilégios, mas direitos. O direito de um idoso ser internado quando precisa, sem peregrinar de porta em porta. O direito de uma mãe não precisar implorar para que seu filho tenha o atendimento que deveria ser garantido.

O que os humildes pedem não é favor, mas respeito. Respeito ao direito básico à saúde, ao acolhimento e à dignidade. Não quero aqui sugerir culpados nem exigir responsabilidades.

Quero apenas, com o peso da palavra e da verdade, sensibilizar as autoridades para que olhem com mais empatia para aqueles que mais precisam.

Enquanto jornalista, posso ser uma ponte para dar voz a esses clamores, mas não tenho poder de ofício para decidir quem, quantos e quando alguém será internado. Esse poder está nas mãos daqueles que podem transformar a burocracia em eficiência, o descaso em prioridade e a espera em alívio.

Aos gestores, médicos, políticos e responsáveis pela saúde pública: lembrem-se de que, por trás de cada paciente, existe uma vida, uma família, um sonho. Talvez vocês não consigam salvar todos, mas podem fazer a diferença para muitos. Para isso, basta ouvir o chamado dos humildes e agir com o coração aberto.

Afinal, não é disso que se trata o serviço público? De servir e proteger aqueles que mais precisam? Que essa reflexão toque onde deve tocar e que juntos possamos transformar o sofrimento em esperança e o silêncio em ações concretas.

Betto Mariano

 

 

 

 


RECEBA NOTÍCIAS NO SEU WHATSAPP!
Receba gratuitamente uma seleção com as principais notícias do dia.

Mais sobre Artigo