Como diz o velho ditado, nem tudo que reluz pode ser ouro. E foi movido por essa máxima que, cético e desconfiado das "publicidades" de blogueiros de comportamento duvidoso, decidi visitar Urânia. O objetivo? Verificar uma situação um tanto inusitada. Lá, o atual prefeito, Ivan Vitorelli, decidiu expor em praça pública diversos veículos e maquinários, atribuindo à gestão anterior a responsabilidade pelo sucateamento da frota municipal.
Antes de mais nada, cabe esclarecer que sempre mantive um bom relacionamento com Ivan Vitorelli e sua esposa, a vereadora Cátia. Ambos trabalharam comigo na antiga Secretaria Municipal de Agricultura, comandada pelo saudoso Luís Floriano. Além disso, Ivan é próximo de meus familiares, tanto na cidade quanto na zona rural.
Já Márcio Arjol, por sua vez, esteve à frente do município por oito anos, sendo reeleito pela população — um claro sinal de que, na época, era considerado o melhor gestor municipal. Ouvi diversas vezes que uma das marcas da gestão de Márcio era o sistema de saúde, amplamente elogiado em Urânia.
Mas voltemos ao motivo da visita. Ao chegar na praça da cidade e me deparar com os veículos "expostos", uma pergunta não saiu da minha mente: de qual administração anterior estamos falando, afinal? O que salta aos olhos é que alguns dos veículos ali presentes possuem, no mínimo, 30 anos de uso. Isso nos remete, no máximo, à administração de Saracuzza, ou até mesmo Joaquim — e olhe que, sinceramente, nem eu saberia dizer ao certo.
A exposição, em teoria, parece ser uma tentativa de mostrar à população os supostos "erros" das administrações passadas.
Contudo, ela levanta uma questão ainda mais delicada: não estaria o próprio prefeito Ivan Vitorelli se colocando em uma saia justa? Afinal, ao longo dos próximos quatro anos, qual será a sua verdadeira articulação política e capacidade administrativa para, em vez de expor abandonos, apresentar conquistas em praça pública?
Fica a reflexão. A verdade, por mais incômoda que seja, é o combustível da imprensa ética. E enquanto houver veículos e maquinários enferrujando em praças, restará sempre a dúvida: será que o problema é realmente do passado, ou do presente que insiste em revivê-lo?