Na tranquila e ensolarada região de Jales, onde o tempo costuma passar devagar, a política já começou a ferver antes mesmo do verão chegar. E não é só o calor que anda subindo — as intrigas, traições e reviravoltas têm dado o que falar nos botecos, feiras e grupos de WhatsApp da cidade.
Tudo começou com um prefeito que, ao final do seu mandato, entregou a chave da prefeitura com aquele sorriso de “missão cumprida”. Indicou seu sucessor, o tal “fulano de tal”, com o discurso clássico do tipo “confio plenamente nesse jovem, ele vai continuar meu legado”. Pois bem. Mal sentou na cadeira giratória do gabinete — que, segundo dizem, também estava quebrada — o novo prefeito tratou de abrir as gavetas. E o que saiu de lá não foi só poeira, mas uma bomba: um suposto rombo de R$ 1,5 milhão nos cofres públicos e uma frota municipal mais sucateada que bicicleta velha em dia de enchente.
O novo gestor não pensou duas vezes: foi logo jogando tudo no ventilador. Em coletiva, soltou os cachorros, disse que recebeu a prefeitura com dívidas, problemas e até com cheiro de mofo. Pronto. O ex-prefeito, que ainda estava curtindo a aposentadoria política entre um drink e uma cervejinha bem gelada, resolveu se manifestar. Não gostou nada das declarações. Com um copo numa mão e o microfone na outra, apareceu dando entrevista e mandando indiretas mais afiadas que faca de açougueiro. Disse que tudo foi “exagerado”, que não deixaram nem ele guardar a vassoura, e que o sucessor está fazendo drama.
A cereja do bolo? O ex-prefeito agora virou oposição! Isso mesmo: três meses fora do cargo e já está circulando nos bastidores dizendo que quer voltar à cadeira de alcaide, como quem volta pra casa depois de esquecer o celular no sofá. Tem até quem diga que ele já está preparando santinhos, slogan e uma repaginada no visual — porque ninguém quer voltar ao poder com cara de ex.
No meio disso tudo, a população observa — uns rindo, outros indignados, e a maioria só querendo que, dessa vez, alguém resolva os buracos das ruas. O angú político tá entornado, e tem gente tentando desenterrar o osso que acabou de enterrar.
A única certeza é: na região de Jales, a política não é para os fracos. Prepare o cafezinho (ou o copo de cerveja), porque esse enredo ainda vai render muitos capítulos.
