Direito

MP investiga pastor que prometia cura da covid-19 com grãos de feijão DE SÃO PAULO Marcos Corrêa/PR



O Ministério Público de São Paulo vai investigar o líder da Igreja Mundial do Poder de Deus, o pastor Valdemiro Santiago, pelo crime de estelionato. Em vídeos publicados na internet, Valdemiro oferece grãos de feijão que poderiam curar pacientes graves da Covid-19 por até mil reais.

O suposto milagre chegou ao Ministério Público Federal. A Procuradoria da República conseguiu com que os vídeos fossem retirados da internet.

"Você vai semear essa semente, ela vai nascer e na planta que vai nascer, vai estar escrito, você vai ter uma benção", disse Valdemiro em uma das gravações. "Você viu, na última reunião de bispos e pastores, um laudo médico, gente curada de coronavírus, estado teminal, podemos dizer assim gravíssimo. E Deus operou e fez maravilha e está ali o exame, para quem quiser".

"O propósito que eu vou fazer é de R$ 1 mil para cada um e muitos, que estão me assistindo também, vão fazer de R$ 1 mil e outros vão fazer de R$ 500 e finalmente outros vão fazer de R$ 200, de R$ 200 e até R$ 100", oferece o pastor.

O site do Ministério da Saúde incluiu o feijão de Valdemiro na lista de notícias falsas, as chamadas fake news, a respeito da pandemia do novo coronavírus. Em nota, a Igreja Mundial do Poder de Deus disse que desconhece qualquer investigação do Ministério Público Federal ou Estadual e que nos vídeos veiculados não há menção à venda nem tentativa de relacionar a semente do feijão à cura da Covid-19.

Membra da Sociedade Brasileira de Imunologia, a imunologista Ana Maria Caetano de Faria alerta que qualquer notícia sobre a suposta cura para o coronavírus deve ser checada. "Esse é um assunto médico, um assunto de saúde pública. E essas pessoas, os religiosos, os membros da familia e tudo, eles não são pessoas que tem uma especialização no assunto. Então, toda informação que ela souber, por melhor que ela ache que seja, por mais interessante que seja, é bom checar com aqueles orgãos autorizados", conclui.
 


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