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Militar da Aeronáutica que levava cocaína em avião da FAB é preso pela polícia da Espanha



A polícia espanhola prendeu um militar da Aeronáutica brasileira que transportava cocaína num avião da FAB. O sargento fazia parte da comitiva de apoio da viagem do presidente Jair Bolsonaro ao encontro do G-20, o grupo dos países mais industrializados do mundo, no Japão.

O presidente Jair Bolsonaro saiu de Brasília à meia-noite desta terça-feira (25). O avião presidencial fez escala técnica em Portugal, trajeto diferente do planejado inicialmente, que seria uma parada em Sevilha, na Espanha. A mudança foi por causa da prisão do segundo sargento da Aeronáutica Manoel Silva Rodrigues.

O militar trabalha como comissário de bordo da FAB. Na terça-feira, ele embarcou no avião usado como reserva da aeronave presidencial. No início da tarde, o avião fez uma escala programada no aeroporto de Sevilha, na Espanha, e durante a inspeção de bagagem, a Guarda Civil espanhola encontrou 39 quilos de cocaína, divididos em 37 pacotes, dentro da bagagem de mão de Manoel Silva Rodrigues.

Em nota, a FAB reforçou que o sargento faria parte apenas da missão de apoio e que, em nenhum momento, integraria a tripulação da aeronave presidencial. Disse ainda que a prevenção a esse tipo de ilícito é adotada regularmente e que, em vista do ocorrido, será reforçada.

Nesta quarta-feira (26), o presidente em exercício, Hamilton Mourão, disse que os integrantes das Forças Armadas não estão imunes a situações envolvendo drogas e chamou o o sargento de "mula qualificada": “Agora é investigação porque, é óbvio, pela quantidade de droga que o cara está levando, ele não comprou na esquina e levou. Ele estava trabalhando como mula, uma mula qualificada, vamos colocar assim”.

O presidente Bolsonaro usou as redes sociais para falar sobre o caso. Disse que, apesar do sargento não ter relação com a equipe presidencial, o episódio é inaceitável. Bolsonaro disse que exigiu investigação imediata e punição severa ao responsável pelo material entorpecente encontrado no avião da FAB. Bolsonaro afirmou: “Não toleraremos tamanho desrespeito a nosso país”.

O sargento da FAB foi ouvido nesta quarta-feira pela Justiça espanhola. Ele continua preso no país. A prisão temporária foi decretada sem a possibilidade de pagamento de fiança. Lá ele é investigado por delitos contra a saúde pública que, na Espanha, também inclui O tráfico de drogas. e, no Brasil, ele virou alvo de um inquérito policial militar.

O sargento Silva Rodrigues participa de viagens presidenciais desde 2011, ou seja, ele acompanhou comitivas de três presidentes: Dilma Rousseff, Michel Temer e Jair Bolsonaro.

Também não foi a primeira vez que encontraram cocaína num avião da FAB. Em 1999, um avião Hércules C130 da Força Aérea foi retido com 32 quilos de cocaína escondidos a bordo. Ele seguiria do Rio para a Europa. Fez uma escala no Recife, onde a droga foi encontrada. À época, foi preso um oficial da FAB, o tenente-coronel-aviador Paulo Sérgio Pereira de Oliveira.

Nós não conseguimos contato com a defesa do sargento Manoel Silva Rodrigues.


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