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Menino é infectado pelo novo coronavírus ainda na barriga da mãe



Médicos na França relataram que um menino recém-nascido foi infectado pelo novo coronavírus ainda no útero da mãe. O bebê se recuperou bem.

O caso, que seria o primeiro em que os médicos conseguiram provar que a gestante transmitiu a Covid-19 ao filho, foi divulgado nesta terça-feira (14) pela revista "Nature".

A mãe de 23 anos, que estava no final do terceiro trimestre de gestação, foi internada em 24 de março com febre e tosse. O teste que fez logo após sua internação deu positivo para o novo coronavírus.

Três dias após a internação, o bebê demonstrou sinais de mal-estar e, por isso, os médicos realizaram uma cesariana de emergência. A mãe tomou anestesia geral, o que acabou afetando a criança. O bebê, que nasceu com 2,540 kg foi levado para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e chegou a ser entubado.

O estudo mostrou que o Sars-Cov-2 atravessou a placenta e provocou uma infecção antes do nascimento. A criança teve uma inflamação no cérebro poucos dias após o nascimento, que é uma manifestação neurológica semelhante às descritas em pacientes adultos.

 

“Infelizmente, não há dúvida sobre a transmissão neste caso. Os médicos devem estar cientes de que isso pode acontecer. Não é comum, isso é certo, mas pode acontecer", afirmou Daniele De Luca, diretora médica de pediatria e cuidados intensivos neonatais do hospital Antoine Béclère, em Paris, de acordo com o “The Guardian”.

 

Exames de sangue e em líquido extraído do pulmão mostraram que o bebê estava infectado pelo Sars-Cov-2, mas descartava outras infecções virais, bacterianas e provocadas por fungos.

Até esse estudo, as análises de potencial contaminação de recém-nascidos detectavam o vírus ou relatavam a presença de anticorpos nos bebês, porém não deixavam clara a via de transmissão.

De Luca explicou que a transmissão durante a gestação não havia sido demonstrada porque é preciso coletar muitas amostras para análise. “Você precisa do sangue materno, do sangue do recém-nascido, do sangue do cordão umbilical, da placenta, do líquido amniótico, e é extremamente difícil obter todas essas amostras em uma pandemia com emergências por toda parte”, disse ao “Guardian”.

Segundo ela, houve outros casos suspeitos, mas “eles continuam suspeitos porque ninguém teve a oportunidade de testar tudo isso e verificar a patologia da placenta”.


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