Eu não sei até onde vai a justiça — e menos ainda até que ponto ela realmente atua em favor dos hipossuficientes. O que salta aos olhos é o aumento de casos em que pessoas sem condições financeiras estão sendo penalizadas com a negativa da justiça gratuita. Famílias humildes, sem recursos para arcar com custas e honorários, acabam excluídas do acesso pleno à Justiça.
Agora, respire fundo, pegue sua cadeira e prepare-se para a próxima reportagem exibida pelo site A Voz das Cidades: a 1ª Seção do STJ acolheu embargos de declaração para conceder justiça gratuita a um desembargador do TJ/DF, em uma ação rescisória contra a União — isso mesmo, com valor de causa superior a R$ 2,18 milhões.
A cada decisão como essa, se torna mais evidente a retórica de que, no Brasil, a lei é suave para os amigos e implacável para os inimigos — e, cada vez mais, essa distinção também se aplica aos pobres e aos ricos. Justiça para todos? Só se for no papel.
