Direito

Jovem pede R$ 210 mil de indenização para diocese e padre por abuso sexual



Uma jovem que alega que foi vítima de abuso sexual aos 11 anos por um padre pediu à Justiça para que ele e a Diocese de Catanduva (SP) sejam condenados a pagar indenização de R$ 210 mil por danos morais.

O padre Osvaldo Donizeti da Silva, conhecido como Barrinha, teria provocado sequelas emocionais que motivaram a jovem, que tem 19 anos, a entrar com a ação judicial cível.

Criminalmente, ele já foi condenado em duas instâncias por abusar da vítima e ficou preso por mais de um ano. Agora em liberdade, o religioso continua celebrando missas normalmente.

De acordo com o documento, o abuso ocorreu em 2013, na paróquia São Benedito, em Sales (SP), durante uma confissão. A então menina se preparava para a "Primeira Comunhão" e, como regra da Igreja Católica, precisava se confessar com o padre antes de receber a eucaristia pela primeira vez.

Após a confissão, realizada em uma sala com a porta fechada, a vítima foi agarrada e beijada à força pelo sacerdote, que também passou as mãos nas nádegas dela. O padre ainda pegou a mão da vítima e colocou sobre o pênis dele.

De acordo com a denúncia do Ministério Público, o abuso só parou quando uma das amigas da vítima, que aguardava do lado de fora, esbarrou na porta, assustando o padre. Ao ficar sabendo do abuso, a família da vítima levou o caso à polícia.

Em um trecho da ação de indenização por dano moral, que tramita sob sigilo na Justiça de Urupês, consta que o padre "exacerbou em sua crueldade e falta de humanidade com a vítima" e também que é "difícil imaginar um outro dano que cause maiores sequelas emocionais em uma pessoa que o abuso sexual".

A primeira audiência de julgamento da ação de indenização será realiza em abril deste ano.

Missa após liberdade
A reportagem apurou que, a convite da própria Diocese de Catanduva, o padre celebrou recentemente uma missa na igreja onde o abuso foi praticado, constrangendo a vítima e seus familiares que também participavam da celebração.

Em nota, a Diocese de Catanduva informou que não pode comentar o caso em decorrência do sigilo decretado pela Justiça.

"Aguardaremos a decisão sobre o caso, não sendo possível neste momento, proferir qualquer manifestação sobre o andamento processual que passará pelo crivo do contraditório e ampla defesa", escreveu a diocese em um trecho da nota.


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