Um italiano de 52 anos foi preso na última sexta-feira (30) sob suspeita de manter a namorada em cárcere privado por três meses em um imóvel no Campo Belo, zona sul de São Paulo.
Leia mais: Criança que se mutilava leva PC a descobrir cárcere privado
A polícia soube do caso após ser procurada por uma conhecida da vítima que recebeu, por meio de um aplicativo de mensagem, fotos e vídeos dela com machucados no rosto e um pedido de socorro.
Quando houve a primeira denúncia, cuja data não foi informada, investigadores do 36º Distrito Policial (Vila Mariana) foram até a casa do suspeito e vigiaram o local, mas não notaram movimentação no imóvel.
Na sexta-feira, a mesma mulher tornou a procurar os policiais e encaminhou os vídeos e imagens da amiga ferida. Os policiais voltaram à residência.
O suspeito Andrea da Silva Ciaccio estava na casa e tentou fugir, segundo a polícia, mas acabou sendo contido. Ele estaria alterado e teria tentado reagir.
A reportagem não conseguiu contato com o advogado do suspeito, que não se manifestou na delegacia.
A vítima foi encontrada em um quarto no andar superior do imóvel, caída no chão e com sangramento. Ela contou aos policiais que era mantida ali havia três meses e que era espancada, humilhada, dopada e obrigada a manter relações sexuais. Disse, ainda, que Ciaccio traficaria drogas ?a polícia afirmou ter encontrado porções de cocaína na casa.
Ainda segundo o registro policial, a vítima afirmou ter conhecido Ciaccio na virada do ano e que começaram a namorar. Depois, decidiram morar juntos. Ele agiria com ciúmes, teria passado a agredi-la com chutes e socos e impedido que ela tomasse medicamento para depressão.
O caso foi registrado na 2° Delegacia de Defesa da Mulher como sequestro e cárcere privado, lesão corporal, violência psicológica contra mulher, violência doméstica, estupro de vulnerável, tráfico de drogas e resistência.
A vítima solicitou a concessão de medidas protetivas de urgência. A Justiça converteu a prisão em flagrante em preventiva (sem prazo definido). Foi decretado segredo de Justiça no processo.
