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Inadimplência e desemprego em alta em Fernandópolis; receita em queda



A deterioração do quadro econômico está produzindo estragos na economia de Fernandópolis. A inadimplência e desemprego seguem tendência de alta. Na contramão, as receitas municipais apresentam queda. Números divulgados esta semana pelo Serviço Central de Proteção ao Crédito da Associação Comercial de Fernandópolis mostram que o quadro de inadimplência continua em alta. São 19.671dívidas cadastradas que somam o montante de R$ 7,3 milhões. Em relação ao perfil dos inadimplentes, os dados demonstram que a maioria é feminina, 64%. Os jovens na faixa etária dos 24 aos 29 anos representam 18% dos devedores. O maior volume de inadimplência ocorre nas compras através do tradicional carnê, seguido por duplicatas e notas promissórias. Das 10 mil exclusões ocorridas em 2015, 4,4 mil foram por caducidade. Os números do comércio são considerados ruins pelo presidente da Acif Dirceu Miralha, mas ele relata que os lojistas estão mais cuidadosos na hora de abrir novos cadastros e estimulando as vendas pelo cartão de crédito e débito. Miralha avalia que o nível de vendas neste início de ano está um pouco abaixo na comparação com o mesmo período do ano passado, mas mantém otimismo. “Não acredito que o ano vai ser pior que 2015. Creio que vai haver uma melhora”, diz. Segundo ele, apesar da crise, a situação em Fernandópolis é melhor que em outras cidades. Ele cita as reformas que estão em andamento e a abertura de novos pontos de comércio para justificar expectativa de um ano melhor. Desemprego e os efeitos da inflação elevada são os principais fatores apontados como causa do atraso no pagamento. O desemprego pode ser medido do aumento na procura pelo Banco de Currículos da Acif e Posto de Atendimento ao Trabalhador em busca do seguro desemprego. No banco de currículos da própria Acif o movimento aumentou neste início de ano. Em média, a entidade recebe oito currículos de pessoas procurando emprego. A procura também aumentou no Posto de Atendimento ao Trabalhador. De acordo com Ed Junio Fernandes Borges, que coordena o setor, até o final do ano passado a média era de 20 a 30 pedidos de seguro desemprego. Em janeiro saltou para 40. O trabalhador ingressa com pedido de seguro desemprego quando é dispensado sem justa causa. O posto também cadastra o trabalhador e recebe de empresas ofertas de vagas. QUEDA DE RECEITA Com a economia em marcha à ré, os efeitos são sentidos nos cofres municipais. A secretária Municipal da Fazenda Regina Menis mostra números do quadro negro das receitas municipais. Segundo ela, o Fundo de Participação dos Municípios (FPM), transferido pelo governo federal, sofreu queda da ordem de 70% na comparação nos meses de janeiro de 2014 e 2016. O reflexo foi sentido também no recebimento de IPTU à vista. Houve queda de 6% na comparação com o ano passado. A entrada de recursos com IPTU à vista girou em torno de R$ 900 mil este ano. Por conta da dificuldade financeira que atravessa a prefeitura suprimiu o desconto de 10% à vista e manteve apenas os 5%. O que refrescou um pouco a agonia dos cofres municipais foi uma pequena elevação nos repasses de ICMS em janeiro, por conta das vendas de final de ano. De acordo com a Secretaria Estadual da Fazenda, o total de repasses à prefeitura de Fernandópolis no mês alcançou R$ 1,9 milhão, contra R$ 1,8 milhão no ano passado. O maior refresco para os cofres públicos neste início de ano veio também com o repasse do IPVA recolhido em janeiro que atingiu R$ 4,6 milhões. cidadãonet

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