Política

Haddad diz que fará governo pautado em educação e empregos em SP e faz denúncia contra Doria



O pré-candidato ao governo de SP pelo PT (Partido dos Trabalhadores), Fernando Haddad, criticou o atual governador do estado, João Doria, e disse que vai elaborar um projeto focado na geração de empregos e em melhorias na educação pública.

Haddad esteve nos estúdios da emissora, em Presidente Prudente, durante o cumprimento de agenda na Nova Alta Paulista para ouvir moradores da região. Ele visitou o oeste paulista acompanhado do ex-deputado e ex-prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho.

"Temos um forte desejo de elaborar um plano de governo que atenda os cidadãos de cada região do estado. Estou percorrendo a Nova Alta Paulista porque é justamente uma região que nem sempre recebe a atenção devida, nem do governo estadual nem do governo federal. Hoje, por exemplo, Presidente Prudente tem um hospital oncológico que está com capacidade máxima. Enquanto isso, há 25 presídios na região. Tem dinheiro para presídio, mas não tem para a saúde", criticou Haddad.

"O preço do combustível e do pedágio está inviabilizando a região, inclusive com a falta de empregos e isso tudo inspira cuidados. Vamos olhar para o que dá certo, porque precisamos fazer mais. Vamos colocar SP no trilho do desenvolvimento, abrindo oportunidade para as pessoas", completou.

EDUCAÇÃO

Haddad prega que o seu governo, caso seja eleito, será pautado pela melhoria da educação e geração de emprego. O petista, que foi ministro da Educação durante o governo Lula, disse que criou 1 milhão de bolsas do Prouni (Programa Universidade Para Todos) só no estado de SP.

"O Prouni é um programa que eu e minha esposa criamos em Brasília, graças a carta branca que recebi do ex-presidente Lula. Eu, seguramente, fui o ministro que mais abriu portas para o acesso à educação superior na história do Brasil. Estou falando isso porque são dados objetivos. Inaugurei 126 campos universitários no país, inaugurei 214 polos do Instituto Federal no país, 37 aqui em SP, milhões fizeram faculdade graças ao Prouni e ao Fies (Fundo de Financiamento Estudantil), inclusive sem fiador, então muita gente conseguiu acesso graças a esses programas. E eu faço questão de tornar a educação a peça central. Trabalho e educação são as alavancas do desenvolvimento de um país".

O petista também criticou o relacionamento entre o governo paulista com sindicatos, principalmente a Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), que travam uma luta de anos pela valorização do professor no estado.

"Aqui em SP não se faz nada em conflito com o professor. É o professor que está no chão da escola, o dia a dia é ele quem conduz. Se a categoria não for respeitada e fortalecida, não há como ir longe. O governo do estado nunca sentou na mesa para conversar com os professores. É claro que sindicato e governos muitas vezes têm atritos, mas você senta e negocia, encurta o estresse e joga para frente porque o professor tem que estar em 1º lugar. Agora, se o governo não tem a humildade de sentar com os professores, vai educar com quem? Pelo celular?", questionou.

CRÍTICAS A DORIA E DENÚNCIA

Haddad ainda fez críticas ao governo Doria e denunciou que o atual governador está usando a máquina pública para interesses políticos.

"O Doria praticamente liquidou com a Emplasa (Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano), que era um órgão de planejamento do governo do Estado, tentou acabar com a CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo)​, que era para produzir moradia social, ou seja, o Brasil está na contramão do que tem que fazer. De cinco anos para cá, estamos andando em marcha ré, destruindo, inclusive, a capacidade de atuar no território apoiando prefeitos", disse.

​"Sabe o que está acontecendo? Eu fico até chateado de falar isso. Mas se vocês forem apurar, o governo do estado chamava o prefeito lá no Palácio dos Bandeirantes e negociava a mudança de partido do prefeito para liberar recurso. Isso aconteceu ao longo das prévias do PSDB, dezenas de prefeitos denunciaram para mim isso. Eram chamados no palácio: 'Vai vir para o PSDB, para participar das prévias do PSDB, porque o Doria estava concorrendo com o Eduardo Leite, e era na base do convênio que essas negociações eram feitas. Isso é uma vergonha! Ficar negociando nas cocheiras do Palácio a troca de partido para ajudar a campanha presidencial do Doria na disputa com o Leite. É assim que se faz planejamento no estado?", perguntou o pré-candidato.

A entrevista completa será exibida neste sábado (12), às 19h20, na programação do SBT no interior, e também estará disponível no Tela Política, no Tela 2.


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