Cidades

FARRA DO TESOURO 3 - VEREADORES DECIDEM ABRIR CEI PARA INVESTIGAR CASO DAS MORADIAS DO CONJUNTO “HONÓRIO AMADEU”



Em meio à discussão de um requerimento dos vereadores Macetão e Tupete, que pedia uma série de informações sobre a construção das casas populares do conjunto habitacional “Honório Amadeu”, o presidente da Câmara, vereador Tiquinho, suspendeu a sessão para uma reunião a portas fechadas com os demais vereadores.

A fumaça branca não demorou muito para subir aos céus. Menos de cinco minutos depois, os nossos ilustres edis já estavam de volta aos seus respectivos assentos, exceto o vereador Macetão, que preferiu subir à tribuna e anunciar ao mundo que estava nascendo uma nova CEI.

Isso mesmo! Segundo Macetão, que parabenizou todos os seus colegas, os dez vereadores decidiram abrir uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) que irá investigar supostos malfeitos ocorridos durante a construção das 99 moradias do conjunto “Honório Amadeu”, entre os anos de 2012 e 2019.

Como os prezados leitores devem estar lembrados, já houve, duas ou três semanas atrás, uma tentativa de abrir a tal CEI, que, no entanto, fracassou depois que o vereador Tiago Abra resolveu desistir da empreitada. Com a desistência de Abra, o requerimento de abertura ficou com apenas três jamegões – Macetão, Tupete e Zanetoni – insuficientes para a abertura de uma CEI.

Agora, porém, parece que a coisa vai. Um fato novo colaborou para que os nobres edis decidissem tirar o pé do chão: as matérias publicadas pelo jornal A Tribuna e pelo site A Voz das Cidades, sobre o documento onde um dos sócios da empresa que construiu as casas revela que pagava uma comissão de 5% ao ex-vereador Júnior Rodrigues para, digamos assim, remover entraves que dificultavam a liberação de recursos pela CDHU.

Alguns vereadores já começam, de modo precipitado, a fazer acusações. Macetão, por exemplo, mencionou alguma coisa sobre “roubo de dinheiro público”. E como estamos em ano eleitoral, ele tratou de lembrar que o ex-vereador Júnior Rodrigues é cunhado de um irmão do prefeito, já dando a isso ares de pecado.

Deley rebateu, insinuando que o irmão de um vereador teria intermediado a venda de material de construção para a empresa responsável pela obra, a Tecnicon Engenharia e Construções Ltda, dos engenheiros Miranda e Del Pino.

Tudo indica que Deley estava se referindo ao irmão do vereador Macetão, André Ricardo Viotto, que também já foi vereador e teve seu mandato cassado graças às gravações indiscretas do ex-secretário Aldo Nunes de Sá. Quando era vereador, André costumava frequentar a obra, como mostra a foto lá de cima.

Enquanto os vereadores procuram culpados, os moradores do conjunto continuam esperando por uma solução para seus problemas. Que, pelo jeito, ainda vai demorar. Para quem não se lembra, a última CEI aberta por nossa Câmara terminou sem que fosse ouvida uma única testemunha. 


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