A 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) manteve decisão do ministro Dias Tóffoli que anulou a absolvição do ex-promotor Thales Ferri Schoedl, que chegou a ser designado para trabalhar em Jales. Acusado de matar um estudante e ferir outro em dezembro de 2004, durante uma festa na praia de Bertioga, Schoedl foi absolvido em novembro de 2006 pelo Órgão Especial do TJ-SP, que aceitou a tese de legítima defesa.
A sentença foi, no entanto, anulada por Tófolli em março de 2018. O problema é que Schoedl foi julgado pelo Órgão Especial do TJ-SP quando não estava mais no Ministério Público e, portanto, já havia perdido o foro privilegiado. Para o ministro, o ex-promotor deveria ser julgado pelo Tribunal do Júri, porque o caso envolve crimes dolosos contra a vida.
A designação de Schoedl para trabalhar em Jales, em 2007, causou comoção e revolta entre a população da nossa cidade. Por um motivo simples: o jovem que ele matou – Diego Modanez, de 20 anos – era filho do ex-jogador de basquete Fábio Pira, que defendeu o time de Jales por duas temporadas. Diego, que foi aluno do Anglo, deixou muitos amigos por aqui, que se revoltaram contra a nomeação do promotor para assumir seu posto justamente em Jales.
Na época, foram coletadas centenas de assinaturas em um abaixo-assinado, enquanto a Câmara Municipal, de seu lado, providenciou uma Moção de Repúdio contra a vinda de Schoedl para Jales. Para fechar o assunto: segundo a decisão do STJ, da semana passada, o ex-promotor deverá ser levado a júri popular, como queria a pacata população jalesense.