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Estiagem deve interromper operações da hidrovia Tietê-Paraná até o próximo fim de semana



estiagem que já vinha há algum tempo afetando o transporte de carga na hidrovia Tietê-Paraná, um dos principais meios de escoamento da produção agrícola dos estados da região centro-oeste e sudeste do país, levou o sistema a seu nível crítico.

Em São Paulo, a movimentação da hidrovia está limitada pelo nível baixo do Rio Tietê e, no porto intermodal de Pederneiras (SP), 90% das barcaças já estão paradas. A situação também provocou demissões no setor.

Segundo a administração dos portos, a previsão é de que o transporte pelo rio seja totalmente interrompido no próximo fim de semana.

Atualmente há um sistema de vazão em ondas que ainda possibilita o funcionamento parcial da hidrovia. A água é acumulada e depois solta, proporcionando ondas e aumentando a profundidade do rio. Esse é o sistema que deve ser interrompido, acumulando assim mais água para a geração de energia e impossibilitando o transporte no rio.

Cerca de 30 embarcações estão ancoradas no porto intermodal de Pederneiras desde junho, quando o nível do rio começou a baixar. As poucas embarcações que se arriscam a passar pelo ponto mais crítico precisam estar com no máximo 30% da capacidade de carga.

O porto opera no limite mínimo da capacidade: 2,20 metros de profundidade. A capacidade de carga diminuiu, mas o valor do frete continua o mesmo. Por isso, empresas que comercializam grãos cancelaram os contratos com as transportadoras aquaviárias e passaram a usar as rodovias.

 

Demissões

 

Com o movimento limitado, as empresas de transporte aquaviário estão demitindo os trabalhadores. Segundo a Administração Geral dos Portos, 80% dos funcionários do porto de Pederneiras já foram dispensados.

O porto interrompeu o transbordo nos últimos dias porque não há o que descarregar. De Pederneiras, a mercadoria era levada pela ferrovia até o Porto de Santos. Agora, o trem faz suas últimas viagens para esgotar a produção que ainda ficou no silo.

 

 

Em julho, o ministro de Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, já havia antecipado que, a partir de agosto, a hidrovia Tietê-Paraná poderia ter a movimentação de cargas interrompida em função da necessidade de reservar recursos hídricos para a geração de energia elétrica.

A medida afeta a logística do agronegócio, impedindo escoamento de grãos e subida de insumos pelos rios. E isso pode chegar até o consumidor, já que a alternativa rodoviária é mais custosa para produtor rural.

No trecho no Rio Tietê em Pederneiras 80% das embarcações estão paradas  — Foto: TV TEM/ Reprodução

No trecho no Rio Tietê em Pederneiras 80% das embarcações estão paradas — Foto: TV TEM/ Reprodução

 

Escoamento da produção

 

A hidrovia Tietê-Paraná é uma das principais vias de escoamento da produção agrícola dos Estados de São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Parte De Rondônia, Tocantins e Minas Gerais.

Ela tem 2,4 mil quilômetros de extensão, e liga o porto de São Simão, em Goiás, ao Porto Intermodal de Pederneiras, no Centro-Oeste Paulista. No porto intermodal é feito o transbordo e os produtos seguem de trem até o porto de Santos.

Barcaças que estão operando em Pederneiras fazem o transporte com capacidade reduzida  — Foto: TV TEM / Reprodução

Barcaças que estão operando em Pederneiras fazem o transporte com capacidade reduzida — Foto: TV TEM / Reprodução


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