A Secretaria de Estado da Saúde vai iniciar na segunda-feira, 21, a aplicação da quarta dose da vacina contra o coronavírus em idosos com mais de 80 anos. Nesta faixa, devem ser imunizadas aproximadamente 10 mil pessoas em Rio Preto – 40 mil na região do Departamento Regional de Saúde (DRS), com 102 municípios.
O anúncio da aplicação da quarta dose animou o casal Geraldo Modesto de Medeiros, 91 anos, e Henedina Arouca de Medeiros, 88, moradores do Jardim Tarraf, que pretendem ser os primeiros da fila desta nova etapa da imunização em Rio Preto.
“Eu e minha esposa já tomamos a primeira, segunda e terceira dose. Assim que a Prefeitura anunciar o local de vacinação, vamos estar lá prontos para receber. E, se tiver a quinta dose, vamos tomar também”, diz o idoso.
Médico aposentado, Geraldo acha fundamental que todas as pessoas com mais de 80 anos compareçam sem medo aos postos de vacinação para receber a quarta dose. “Desta forma, a pessoa ganha mais imunidade e mais chance de sobreviver contra esse vírus. Já falaram que tem uma nova variante na Europa. Temos que nos precaver”, afirma o aposentado.
A Secretaria de Saúde de Rio Preto informou que aguarda nota técnica do Estado de São Paulo com dados sobre a aplicação da quarta dose para iniciar a programação de locais e horários de aplicação.
Como parte do público nesta faixa etária pode apresentar dificuldade na mobilidade, a Prefeitura estuda voltar a fazer a vacinação em drive-thru, como aconteceu no inicio da campanha de imunização na cidade, no primeiro trimestre de 2021.
Uma das possibilidade é receber os idosos no Complexo da Swift, que atualmente já é usado como posto de vacinação. Conta a favor o fato do local já contar com equipe e infraestrutura adequadas.
O Comitê Científico do governo do Estado de São Paulo levou em consideração, na decisão de aplicação da 4ª dose, o alto índice de mortalidade entre os idosos desta faixa etária durante a circulação da variante Ômicron, que foi superior aos óbitos ocorridos nos dois outros picos da pandemia em 2020 e 2021.
“Com a confiança e o amparo do Comitê Científico avançamos para a quarta dose. A recomendação é que todos os imunizantes disponíveis na rede poderão ser aplicados nesta nova etapa”, afirmou o governador João Doria.
Estarão aptos a receber a quarta dose cerca de 900 mil idosos, desde que tenham recebido a dose de reforço (3ª dose) com um intervalo de quatro meses.
Professor faz ressalvas
O ex-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) Gonzalo Vecina Neto, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), vê com ressalvas a aplicação da quarta dose do imunizante, porque os estudos não têm comprovado um aumento significativo de anticorpos contra o coronavírus e, além disso, há ainda muita gente em atraso com o esquema vacinal.
“Setenta por cento da população não tomaram a terceira dose. Por que falar em quarta dose? Precisamos ir atrás das pessoas que ainda não tomaram a terceira dose”, diz o acadêmico.
Gonzalo leva em conta os dados sobre aplicação da quarta dose no Canadá e em Israel, dois países que aderiram à estratégia, mas não viram elevar muito a imunologia dos vacinados. “Após o quinto mês de aplicação, há uma queda de anticorpos em quem tomou só duas doses. A terceira dose eleva de uma forma muito significativa, 20 a 30 vezes, a produção de anticorpos neutralizantes”, diz o pesquisador.
Outro fato preocupante para Gonzalo é a lenta progressão da vacinação entre as crianças, que está em Rio Preto ainda em 68% do público-alvo, mesmo tendo passado mais de 30 dias da imunização das crianças.
Porém, Gonzalo ressalta que após a aplicação da quarta dose do imunizante os idosos e pessoas com comorbidades podem ser beneficiadas.
O médico sanitarista defende que o Ministério da Saúde deveria fazer a inclusão dos medicamentos antivirais paxlovid, molnupiravir, remdesivir, que estão disponíveis no mercado para o tratamento da Covid-19. “A inclusão desses remédios para a população em geral é uma medida que deveria ser tratada com urgência”. (MAS)
Drive-thru fechado
O Hospital de Base (HB) de Rio Preto anunciou que vai encerrar, na próxima sexta-feira, 18, o drive-thru que funciona no local para a realização de exames da Covid-19.
O serviço estava sendo oferecido desde dezembro do ano passado nas dependências do hospital, mas devido à baixa procura será desativado.
Segundo o HB, até esta terça-feira, 15, foram realizados 7.681 testes. “Esta foi a segunda vez que o drive-thru foi realizado nas dependências do HB. O serviço já havia sido oferecido de dezembro de 2020 a outubro de 2021. Na época foram realizados mais de 31 mil exames”, afirmou a assessoria do hospital.
Recentemente, estavam sendo realizados, em média, 15 testes por dia. Com a chegada da nova onda do coronavírus, por conta da variante Ômicron, milhares de pessoas procuraram o hospital para a realização dos exames. A fila congestionou a avenida Brigadeiro Faria Lima devido à grande quantidade diária de pessoas em busca do exame, principalmente o rápido.
O hospital informou que, na rede particular, a partir de sábado, 19, os interessados poderão realizar os exames de PCR (convencional e Xpert) e de antígeno no laboratório HLab, localizado na avenida Bady Bassitt, 4.757, de segunda a sexta-feira, das 12h às 15h e aos sábados, das 9h às 12h.
DADOS
Quarta dose
Será aplicada a partir de segunda-feira, 21, em todo o Estado, em idosos com 80 anos ou mais
Rio Preto ainda não definiu o cronograma de aplicação do da quarta dose – Saúde municipal espera por nota técnica da Saúde estadual
A dose poderá ser com qualquer um dos imunizantes contra Covid disponíveis na rede
Segundo especialistas, após o quarto mês da aplicação da dose, há queda na produção de anticorpos, por isso a necessidade de reforço