Morador de Várzea Paulista, Gabriel Rodrigues da Silva, de 27 anos, teve o saco escrotal amputado após procurar a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Várzea Paulista e não ser devidamente examinado. Por conta do tempo decorrido, o membro ficou sem irrigação sanguínea e precisou ser retirado.
Gabriel relata que foi à UPA da Várzea com uma dor muito aguda no saco escrotal no dia 16, por volta das 3h da madrugada. Ao chegar ao hospital, ele relatou as dores e foi encaminhado para atendiento com uma médica. "Ela não avaliou, não olhou como estava a situação, não pediu nem para eu abaixar a calça, para ver como estava. Só olhou pra mim e disse para eu ir até a sala de medicamento, para tomar uma injeção, e depois ir para casa", lembra.
O homem diz que foi embora da UPA cerca de 30 minutos após a entrada. "Fui embora ainda com dor. Na madrugada, por volta das 6h30, saí de casa para o Hospital São Vicente, em Jundiaí. Após alguns exames, fui encaminhado para uma equipe de cirurgia, que constatou que eu estava com torção testicular. Fui para a mesa de cirurgia urgente, pois o membro não aguenta muito tempo sem que passe sangue por ele. Fazendo a cirurgia, perdi o membro", diz ele, apontando negligência em Várzea Paulista. "Pelo tempo que fui até a UPA de Várzea, dava para recuperar, porque estava muito cedo ainda, mas pela demora eu acabei perdendo meu membro", lamenta.
Além de abrir reclamação junto à Prefeitura de Várzea Paulista, Gabriel também registrou boletim de ocorrência do caso. No atendimento na UPA, a Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID) atribuído a Gabriel foi orquite, que é a infecção dos testículos, geralmente provocada por um vírus, como o da caxumba, e epididimite, que é a inflamação do epidídimo, tubo ligado aos testículos.
Procurada, a Prefeitura de Várzea Paulista, por meio da Unidade Gestora de Saúde, informa em nota que o paciente Gabriel Rodrigues da Silva passou por atendimento médico na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) no dia 16 de abril. Sobre o relato de erro no atendimento médico, o mesmo está sendo apurado pela Organização Social que administra a UPA em forma de cogestão.
