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É falso que Rússia afirma que Covid-19 é resultado de ‘bactéria modificada pelo 5G’



Circula pelo WhatsApp um texto que afirma que a Rússia teria realizado a primeira autópsia de uma pessoa que morreu de Covid-19 e averiguou que a doença não é causada por um vírus. Todas as mortes seriam causadas por uma bactéria alterada pela “radiação eletromagnética mundial 5G amplificada” e a pandemia seria um “golpe mundial”. Essa informação teria sido divulgada pelo Ministério da Saúde da Rússia. Por WhatsApp, leitores da Lupa sugeriram que esse conteúdo fosse analisado. Confira a seguir o trabalho de verificação​:

“A Rússia se tornou o primeiro país do mundo a realizar uma autópsia (post mortem) em um cadáver de Covid-19 e, após uma investigação abrangente, descobriu que o Covid-19 não existe como um vírus. É um golpe mundial. Pessoas estão morrendo devido à “radiação eletromagnética mundial 5G amplificada (veneno)”. (…) Compartilhe esta informação com toda a sua família, vizinhos, conhecidos, amigos, colegas para que eles possam sair do medo da Covid-19 e entender que este não é um vírus, mas apenas uma bactéria exposta à radiação 5G. (…) Fonte: Ministério da Saúde Russa”

Texto que circula pelo Whatsapp

 

FALSO

 

A informação analisada pela Lupa é falsa. Em seu site, o Ministério da Saúde da Rússia explica que a Covid-19 é uma doença infecciosa causada pelo vírus SARS-CoV-2, que começou a ser disseminada na cidade de Wuhan, na China, em 2019. Em nenhum momento o órgão afirma que as mortes registradas ao redor do mundo foram causadas por uma bactéria exposta à radiação do 5G, tecnologia de transmissão de dados sem fio. Autoridades de saúde, como a Organização Mundial da Saúde (OMS), também concordam que a Covid-19 é causada por um vírus. 

Existem diversas diferenças entre vírus e bactérias, mas não há qualquer evidência de que o 5G seja capaz de alterar um desses organismos. A informação falsa de que a Covid-19 seria causada por uma bactéria surgiu no início da pandemia, em janeiro do ano passado, com uma mensagem de voz desmentida na Turquia. Com o passar do tempo, ganhou elementos novos – a associação com o 5G apareceu em maio –, sem que nenhum estudo científico tivesse comprovado essas alegações.

Durante a pandemia da Covid-19, diversas teorias da conspiração ligavam a disseminação do novo coronavírus ao 5G. Em junho, a Lupa publicou uma reportagem mostrando que os boatos envolvendo esses dois assuntos variam. Em alguns casos, as publicações dizem que a rede de transmissão de dados está sendo usada, junto com a doença, em um grande plano para monitorar a população mundial. Outros posts sugerem que ela é a causa da doença. Todas essas informações são falsas.

Até o momento, nenhum efeito adverso à saúde teve sua causa associada à exposição a tecnologias sem fio, segundo a OMS. “Conclusões relacionadas à saúde são tiradas de estudos realizados em todo o espectro de rádio, mas, até agora, apenas alguns estudos foram realizados nas frequências a serem usadas pelo 5G”, disse a entidade.

O boato que circula atualmente pelas redes sociais é similar a outro conteúdo falso desmentindo pela Lupa em maio do ano passado. Naquele mês, posts compartilhados nas redes sociais informavam que pesquisadores da Itália teriam descoberto, por meio de uma autópsia, que a Covid-19 seria causada por uma bactéria e não por um vírus. Contudo, essa informação está incorreta.

Essa informação também foi verificada pelo Boatos.org.

Esta‌ ‌verificação ‌foi sugerida por leitores através do WhatsApp da Lupa. Caso tenha alguma sugestão de verificação, entre em contato conosco pelo número +55 21 99193-3751.

Editado por: Maurício Moraes


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