Um policial militar, que não teve a identidade divulgada, é acusado por uma diarista em Belo Horizonte (MG) de estuprá-la enquanto ela trabalhava na loja de roupas dele, nessa quarta-feira (26), no bairro Santa Rosa.
A mulher, de 22 anos, disse que já havia trabalhado para ele em dezembro do ano passado. Em um dos momentos em que ela se agachou para limpar a loja, o policial, de 33 anos, teria tocado em suas nádegas.
Depois disso, ela contou que se trancou no banheiro para evitar o PM. Segundo o boletim de ocorrência, o crime ocorreu após ela avisar que havia terminado o serviço e ele dito que o pagamento havia sido feito por outra pessoa via Pix.
O policial, então, teria tomado o celular dela e mandado ela encostar em um balcão. Ela afirmou que o suspeito a ameaçou com uma arma e cometeu o estupro. Depois, afirmou que iria matá-la, caso ela contasse sobre o crime para alguém.
No momento do depoimento, a mulher estava com uma escoriação em um dos cotovelos. Segundo ela, o machucado foi causado pela violência sexual.
O marido dela desconfiou que algo havia acontecido quando a mulher chegou em casa. Após ser questionada, ela contou que foi estuprada pelo policial.
O suspeito foi localizado pela polícia e disse que a relação sexual foi consensual. Segundo ele, os dois se relacionaram após trocarem indiretas de cunho sexual.
Ele também afirmou que a relação ocorreu sem preservativo porque os dois foram pegos de surpresa. O policial ainda alegou que, se uma violência sexual tivesse acontecido, as pessoas em salas comerciais próximas teriam escutado algo.
A Polícia Civil de MG informou que o suspeito foi liberado porque não houve flagrante. As câmeras de segurança da loja não estão funcionando e também não foram localizadas outros equipamentos na região que tenham registrado a chegada e saída da mulher.
Como denunciar violência sexual
Vítimas de violência sexual não precisam registrar boletim de ocorrência para receber atendimento médico e psicológico no sistema público de saúde, mas o exame de corpo de delito só pode ser realizado com o boletim de ocorrência em mãos. O exame pode apontar provas que auxiliem na acusação durante um processo judicial, e podem ser feitos a qualquer tempo depois do crime. Mas por se tratar de provas que podem desaparecer, caso seja feito, recomenda-se que seja o mais próximo possível da data do crime.
Em casos flagrantes de violência sexual, o 190, da Polícia Militar, é o melhor número para ligar e denunciar a agressão. Policiais militares em patrulhamento também podem ser acionados. O Ligue 180 também recebe denúncias, mas não casos em flagrante, de violência doméstica, além de orientar e encaminhar o melhor serviço de acolhimento na cidade da vítima. O serviço também pode ser acionado pelo WhatsApp (61) 99656-5008.
Legalmente, vítimas de estupro podem buscar qualquer hospital com atendimento de ginecologia e obstetrícia para tomar medicação de prevenção de infecção sexualmente transmissível, ter atendimento psicológico e fazer interrupção da gestação legalmente. Na prática, nem todos os hospitais fazem o atendimento. Para aborto, confira neste site as unidades que realmente auxiliam as vítimas de estupro.