A questão dos moradores de rua em Jales é uma problemática complexa que transcende as fronteiras da segurança pública e já se insere no âmbito da saúde pública, incluindo a necessidade de suporte psicológico e psiquiátrico. Autoridades locais têm expressado preocupação sobre como lidar com o aumento desse grupo em situação de vulnerabilidade, destacando que o tema exige ações articuladas entre diversos setores da sociedade.
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Uma autoridade envolvida na tentativa de abordar o problema reconheceu que a solução não é simples e exige um esforço conjunto. Segundo ela, há tempos reuniões foram realizadas com a Prefeitura e setores responsáveis pela assistência social, além de discussões informais com membros do Ministério Público sobre a possibilidade de internações compulsórias, considerando que grande parte das pessoas em situação de rua são dependentes químicos. No entanto, as discussões não resultaram em ações concretas.
“Da parte da polícia, é como enxugar gelo. Mesmo quando abordados em situações de desordem, muitas vezes eles voltam aos mesmos lugares em poucas horas. Fica a pergunta: o que fazer?”, reflete a autoridade.
Outro ponto levantado foi o papel da Casa do Migrante, que oferece alimentação aos moradores de rua. Embora a intenção seja nobre, essa ação pode, segundo a autoridade, estar funcionando como um atrativo para pessoas em situação de rua de outras cidades da região, como Santa Fé do Sul e Fernandópolis, onde não há políticas similares.
“Temos que ajudar, lógico que temos. Mas será que da forma como está sendo feita está surtindo o efeito esperado?”, questiona.
Propostas emergenciais, como a suspensão da oferta de refeições e a tentativa de internação compulsória para dependentes químicos, foram sugeridas, mas a implementação exige um diálogo amplo e o envolvimento de diversos segmentos da sociedade. A autoridade ressalta que qualquer solução requer coragem e responsabilidade coletiva, mas admite que erradicar o problema pode ser impossível, citando o exemplo da Cracolândia em São Paulo.
“Não é fácil falar isso, mas talvez a única solução seja adotar medidas que, no mínimo, desestimulem a permanência dessas pessoas em Jales ou reduzam a quantidade”, conclui.
A situação em Jales, assim como em outras cidades, evidencia a urgência de uma abordagem integrada, que considere assistência social, saúde pública, segurança e, principalmente, políticas públicas que possam tratar a raiz do problema. Enquanto isso, o desafio continua em busca de soluções que sejam efetivas e humanizadas.
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