Passada a euforia das eleições municipais, o novo prefeito de Fernandópolis, João Paulo Cantarella, enfrenta agora o desafio de governar com uma Câmara Municipal majoritariamente oposicionista. O cenário exige do prefeito eleito um "jogo de cintura" apurado, desde aprender a lidar com questões aparentemente triviais, como responder mensagens de "bom dia", até a necessidade crucial de dialogar intensamente tanto com a população quanto com seus opositores.
A nova composição do Legislativo de Fernandópolis conta com 13 cadeiras, sendo que 10 delas estão, teoricamente, em oposição ao prefeito. O Republicanos, partido do ex-candidato Rodrigo Ortunho, garantiu quatro cadeiras. O Progressistas (PP), de Fausto Pinato, conquistou duas cadeiras, enquanto o União Brasil, partido de Andre Pessutto, também elegeu dois vereadores. O PSD, de Avenor Bim — que também concorreu à prefeitura — conquistou uma cadeira. Por fim, o Mobiliza, partido do também ex-candidato a prefeito João Garcia, garantiu um lugar na Câmara.
Cantarella, que foi eleito pelo PL, tem apenas três cadeiras de apoio direto no Legislativo. Todos os vereadores de sua base são novatos, sem experiência prévia em mandatos, o que torna ainda mais desafiadora a tarefa de articulação política para garantir o avanço de suas propostas. Para o novo prefeito, será essencial não apenas ouvir as demandas da população, mas também exercer uma política de construção de pontes com a oposição.
O cenário requer habilidades que vão além das promessas de campanha e do carisma que garantiu a vitória nas urnas. Com uma maioria de oposicionistas no Legislativo, Cantarella precisará demonstrar capacidade de articulação, diplomacia e disposição para o diálogo, se quiser concretizar seus projetos e atender às expectativas dos eleitores que confiaram nele. A governabilidade, neste momento, dependerá mais de alianças construídas no dia a dia do que de apoios conquistados durante a campanha eleitoral.