Política

COMO SE ESCOLHE UM CANDIDATO A VICE?



Nas eleições para o Executivo, as atenções estão naturalmente voltadas para os candidatos titulares das chapas concorrentes. Afinal, são essas pessoas que assumirão o cargo de prefeito, governador ou presidente caso sejam eleitas.

Mas o que muitos esquecem é que ao lado de cada um desses candidatos encontramos uma figura ilustre: o candidato a vice (seja a vice-prefeito, vice-governador ou a vice-presidente). Sem muitas funções oficiais para além de substituir o titular do cargo, a existência dessa figura é muitas vezes ignorada, o que é problemático.

QUAL A IMPORTÂNCIA DE UM VICE?

Após o companheiro de chapa, o vice é a pessoa mais próxima do poder, seja no município, no estado ou no país. Mas ele não precisa chegar ao lugar do titular para fazer alguma diferença. Um bom companheiro de chapa pode colaborar e muito na gestão pública, dialogando com a sociedade e somando forças com o titular. Portanto, é muito importante entender os principais fatores envolvidos na escolha de um vice.

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O QUE FAZ UM VICE?

Comecemos com essa questão que pode ser da curiosidade de muitos leitores: quais são de fato as atribuições de um vice-prefeito, ou vice-governador ou vice-presidente?

Pelo menos oficialmente, não são muitas. Pode-se dizer que a principal função de um vice é justamente ser o substituto imediato do titular do cargo. Em caso de renúncia, morte, cassação ou impeachment do titular, é o vice que herda seu cargo. Ele também assume o cargo quando o titular se ausenta do município, do estado  ou do país, dependendo do caso.

Para além de ser meramente um tampa-buracos, o vice pode ser também um articulador político, auxiliando o titular do cargo no que estiver a seu alcance. Ou seja, ele não precisa assumir o cargo definitivamente para ser uma pessoa ativa na gestão.

QUANDO O VICE É ESCOLHIDO?

Oficialmente, os vices são escolhidos nas convenções partidárias. Esse é o espaço em que os partidos definem quem serão seus candidatos e se farão parte de alguma coligação.

No caso de o partido se coligar a outros, é muito comum que o candidato a vice venha de algum partido da coligação, formando uma chapa mista (diferente da chapa pura, com dois nomes de um único partido). Chapas mistas são comuns nesse caso porque o partido com o candidato titular precisa acenar aos outros partidos que eles terão uma participação efetiva na gestão do Executivo em caso de sucesso nas urnas. Assim, cargos-chave são oferecidos aos partidos da coligação, e um deles pode ser o de vice.

AFINIDADE COM O CANDIDATO TITULAR

Após as eleições, o governante terá de formar uma coalizão que o apoie. Note que não estamos falando mais de coligação, pois ela só serve para fins eleitorais. Assim que a eleição termina, cessa também a coligação. Mas a coalizão, que é um arranjo informal de parlamentares que apoiam o governante, deve existir ao longo de todo o mandato, dentro do Poder Legislativo.

O vice pode ajudar a articular essa coalizão, especialmente se for de um partido diferente do titular. Nesse caso, ele pode ter mais facilidade para convencer seus correligionários e mantê-los dentro da base de apoio do governante.

O vice precisa ser uma pessoa da confiança do titular da chapa. Por um lado, ele deve demonstrar que está apto a ser um bom substituto, com qualificações que o credenciem como gestor público.

Também não se pode menosprezar a importância da afinidade de ideias entre o vice e o titular. Eles precisam estar sintonizados e ter prioridades semelhantes, caso contrário, podem surgir conflitos. É frequente que candidatos descrevam o vice ideal como alguém que “trabalhe mais e reclame menos” ou que “ajude mais do que atrapalhe”.

ALGUÉM QUE CONSIGA VOTOS

Em que pese que a importância da discrição deste candidato, ele também é frequentemente escolhido para render uma votação mais expressiva para a chapa. Por isso, nomes com base eleitoral forte são frequentemente escolhidos, na esperança de que consigam transferir alguns votos adicionais para a candidatura.

Ele(a) pode também trazer votos de bases eleitorais em que o titular não é capaz de alcançar uma boa votação devido a diferenças ideológicas. Dessa forma, ele pode ser um bom complemento à votação do titular. Um caso que exemplifica isso é a chapa entre o ex-presidente Lula (do PT, partido de esquerda) e José Alencar (que era do extinto PL, partido conservador).

Você entendeu a importância de um vice-presidente e como ele pode influenciar no jogo político? Conte para a gente nos comentários!


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