Direito

Caso Tatiane Spitzner: Manvailer é condenado a 31 anos por matar a mulher..



Após sete dias de julgamento, o juiz Adriano Scussiatto condenou Luís Felipe Manvailer a 31 anos, 9 meses e 18 dias de reclusão pelo homicídio qualificado de sua então mulher, Tatiane Spitzner. O juiz considerou como qualificadores do assassinato: feminicídio, meio cruel, motivo fútil, além de fraude processual. Manvailer também foi condenado a indenizar em R$ 100 mil os familiares de Spitzner, por danos morais.

O professor e biólogo poderá recorrer da decisão, mas não em liberdade.

A decisão foi dada por sete jurados, todos homens, que foram sorteados no início do julgamento para compor o Conselho de Sentença. Durante a leitura da sentença, o juiz André Scussiatto relembrou outros casos de feminicídios de repercussão nacional, como os casos de Ângela Diniz e Eloá Cristina, entre outros.

Tatiane Spitzner foi encontrada morta no dia 22 em julho de 2018, depois de uma queda do quarto andar do prédio em que morava com Manvailer, em Guarapuava. Desde o começo da investigação, o biológo é o único suspeito pela morte da mulher.

 

Sete dias de julgamento e depoimento de 11 horas

O julgamento de Manvailer começou na terça-feira (4), em Guarapuava. O primeiro passo foi a composição do júri. Foram escolhidas sete pessoas, todos homens, para julgar o réu. Durante os sete dias seguintes, foram ouvidas testemunhas e apresentadas provas de defesa e de acusação.

Entre as pessoas que deram depoimentos estiveram moradores do mesmo prédio em que o casal morava, policiais que foram ao local, peritos e especialistas que acompanharam o caso, entre outros convocados para dar informações sobre o que haviam presenciado.

Após dois dias de plenário, a defesa de Manvailer mudou a argumentação sobre o que haveria acontecido. No tribunal, o advogado Claudio Dalledone Jr., afirmou que a vítima se acidentou quando utilizava uma "estratégia emocional" para conseguir acessar o telefone do marido, o que teria causado sua queda. Em declarações e entrevistas anteriores, porém, Dalledone afirmara que Tatiane tinha depressão e havia se suicidado.

O réu foi interrogado por onze horas durante o domingo (9). Em sua fala, pediu perdão aos familiares de Tatiane, aos próprios parentes e às mulheres vítimas de violência no Brasil. Ele assumiu que agrediu — as cenas foram registradas por câmeras de segurança e chamaram a atenção para o caso logo após a morte de Tatiane, ainda em julho de 2018 —, mas reafirmou que não matou.

Sentença é anunciada após júri ser adiado três vezes

Tatiane Spitzner foi encontrada morta no dia 22 em julho de 2018, depois de uma queda do quarto andar do prédio em que morava com Manvailer, em Guarapuava. Desde o começo da investigação, o biológo é o único suspeito pela morte da mulher. A princípio, o julgamento foi marcado para dezembro de 2020, mas adiado pela defesa, o que ocorreu outras duas vezes: em janeiro e fevereiro de 2021.

Após a queda, ele levou o corpo de Tatiane para o apartamento, limpou vestígios de sangue no elevador, trocou de roupa e fugiu. Manvailer foi encontrado pela polícia após bater o carro em uma rodovia em direção à fronteira com o Paraguai, a aproximadamente 340 quilômetros do local do crime. Ele está preso há dois anos e nove meses na Penitenciária Industrial de Guarapuava.

Manvailer sempre negou o crime e diz que Tatiane morreu ao cair da sacada. O IML (Instituto Médico Legal), porém, chegou a emitir um laudo em que afirma que ela morreu ao ser esganada e antes de cair do prédio.

 

 


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