Uma família inteira tem sofrido a dor de um luto precoce depois que seu filho caçula tirou a própria vida* no último domingo (12), por ter sido vítima de constante bullying na escola.
Os pais do aluno da quarta série (equivalente ao 5º ano do fundamental no Brasil) dizem que o filho foi agredido por causa dos óculos e dos dentes até o dia de sua morte.
Eles teriam contactado a escola 20 vezes sobre o bullying, mas foram ignorados. A informação é do Daily Mail.
Dor inestimável
Naquele domingo, o pai de Sammy Teusch, de Greenfield, nos Estados Unidos, mergulhou num pesadelo do qual ele diz que nunca vai acordar: a morte de seu filho de apenas 10 anos de idade por suicídio.
“Como Deus pôde tirar meu filho? Claro que isso passou pela minha cabeça. Deus não levou meu filho; o ódio sim”, disse Sam Teusch à FOX59/CBS4.
Os pais de Sammy dizem que ele sofreu bullying tanto física quanto emocionalmente na escola. Relatam que o menino foi espancado recentemente num ônibus escolar e que na semana passada foi encurralado por valentões no banheiro da escola.
“Tenho seus óculos quebrados ali, no memorial que meus filhos fizeram”, disse o pai.
O menino era conhecido por sua gentileza, personalidade vibrante e amor por atividades ao ar livre. “Colocar esse menino em palavras é simplesmente impossível”, disse Sam Teusch. “As pessoas que o conheceram são abençoadas por tê-lo conhecido.”
Bullying no Brasil
Assim como Sammy, muitas outras crianças enfrentam agressores todos os dias, o que nos últimos anos se tornou muito mais comum, em qualquer lugar do mundo. Em 2023, o Brasil registrou recorde de 121 mil casos de bullying e cyberbullying, o que equivale à média superior a 10 mil casos por mês. Desde 2010, quando foram registrados 19 mil casos, a quantidade desse tipo de registro explodiu.
As Escolas Comunitárias de Greenfield-Central, onde Sammy estudou pelo último ano e meio, investigam a morte junto ao Departamento de Polícia de Greenfield.
Entre pais e filhos
Na tentativa de evitar tragédias como a de Sammy, profissionais alertam para a necessidade de que pais e filhos conversem sobre todos os aspectos da vida do filho - escola, lição de casa, esportes, amigos e tudo o mais. Quanto mais conversas sobre a vida cotidiana, mais confortáveis crianças e adolescentes ficarão quando precisarem falar sobre as coisas difíceis, como bullying.
Com o recente aumento desta prática nas escolas, o pai de Sammy pede mais ação voltada à proteção das crianças na escola.
“É preciso haver responsabilização. É preciso que haja algo que mostre a essas crianças indefesas que, mesmo que você sinta que não há ninguém em casa com quem conversar ou cuidar, há milhares de pessoas por aí que querem ouvir a sua voz.”
*Nota da Redação
A rede Sampi e seus portais afiliados não publicam rotineiramente notícias de suicídio, mas há exceções. Está é uma delas. A comoção provocada por este caso absurdo pode servir de alerta e evitar que casos de bullying tenham desfechos semelhantes.
Combate ao Suicídio
O CVV – Centro de Valorização da Vida realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, email e chat 24 horas todos os dias. O telefone é 188 e o site é o www.cvv.org.br.