Cidades

Arara surpreende agricultor ao comer morango e 'posar' para sessão de fotos em propriedade rural; vídeo



Uma arara-canindé surpreendeu o agricultor Bruno Aparecido, de 23 anos, ao aceitar um morango, devorar a fruta com o auxílio de uma das patas e ainda 'posar' para uma sessão de fotos.

Além das fotografias, o jovem também aproveitou a cena curiosa para filmar a ave que estava em uma propriedade rural localizada a um quilômetro do município de Urânia (SP). As imagens foram postadas nas redes sociais e ganharam a web. (Veja abaixo)

Ao G1, Bruno contou que a família possuí uma plantação de morango há mais de 20 anos. Na manhã de terça-feira (30), ele trabalhava no local quando viu a ave pousar na parte superior de um cano de irrigação.

“Na mesma hora eu sai correndo para pegar o celular. Ao me aproximar, ofereci um morango a ela. Me surpreendeu o fato dela aceitar a fruta e não ter se assustado. Então, eu resolvi começar a filmar”, afirma o agricultor.
Bruno conta que é normal a aparição de araras-canindé na propriedade, principalmente, nessa época do ano em que as aves costumam voar até a região para se reproduzir. Contudo, ele nunca tinha visto a ave se alimentar da fruta.

“Elas aparecem por aqui para comer cocos e fazer ninhos nos coqueiros. Estamos acostumados com a presença delas, mas nunca tinha presenciado uma cena igual a essa. A ave era muito mansa e não se assustou com a nossa presença”, conta o jovem.

As imagens não mostram o momento em que o agricultor oferece a fruta. No entanto, é possível ver ela comendo e ‘posando’ para o aparelho celular que capturava cada movimento dela.

Segurando a fruta com uma das patas e se equilibrando com a outra, a ave bica o morango e o come como se realmente estivesse aproveitando a ‘melhor’ parte dele.

Turistas que estavam no local, que é aberto ao público e oferece a possibilidade dos próprios visitantes colherem a fruta, também se surpreenderam com a cena curiosa.

“Nós decidimos abrir a propriedade para que as pessoas pudessem ter a experiência de escolher e colher o próprio morango. O pessoal que estava aqui na hora também ficou impressionado com a arara”, conta Bruno.

Apesar da aparição das araras-canindé ser relativamente comum para os moradores de Urânia, Bruno afirma que é sempre uma oportunidade única poder ter contato com animais tão belos.

"Eu fiquei extremamente feliz por poder apreciar a beleza dela e conseguir vê-la comendo algo que plantamos. A interação com a natureza é incrível", diz o jovem.
Educação ambiental

Segundo o biólogo da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Rio Preto, Arif Cais, a proximidade entre os animais e os seres humanos é baseada pela educação ambiental.

"Toda vez que não agredimos os animais, eles se aproximam. Com as campanhas de educação ambiental, isso está ficando cada vez mais comum. Mesmo assim ainda existe a necessidade de se trabalhar cada vez mais o tema", explica Arif Cais.

O biólogo também afirma que o morango é uma fruta considerada introduzida, pois não é oriunda do Brasil. Portanto, a fruta não está armazenada na memória do animal, fator que pode explicar a atitude da arara-canindé em mastigar parte do morango e desperdiçar o restante.

"As araras descascam tudo utilizando o bico, que é uma parte extremamente forte do animal. Elas costumam descascar cocos e jogar fora o que não conseguem consumir. Acredito que ela estava fazendo isso no vídeo", diz o biólogo.

Arara-canindé
A ave que traz na plumária as cores da bandeira do Brasil, a arara-canindé, também conhecida como arara-de-barriga-amarela ou simplesmente arara-amarela chega a medir cerca de 80 centímetros de comprimento.

De acordo com Arif Cais, a espécie, que está ameaçada de extinção em algumas regiões do Brasil, se desloca por grandes distâncias durante o dia e, em certos períodos do ano, migra em busca de comida como frutas, sementes, nozes e castanhas.

Quando esses animais são caçados para a venda, as árvores com os ninhos costumam ser derrubadas. Isso não só prejudica a reprodução de diversas espécies de aves que utilizam o mesmo ninho em épocas reprodutivas diferentes, como altera por completo o habitat desses animais.

A arara-canindé costuma fazer fazer os ninhos em buracos no tronco, onde põem os ovos. Os filhotes permanecem no ninho até a décima terceira semana, período no qual são alimentados pelos pais que regurgitam o alimento em seus bicos.

O bico forte costuma ser usado também para ingerir pedrinhas, que auxiliam na trituração de sementes de algumas das palmeiras que fazem parte da dieta dessas araras.

"A mordida da arara-candindé e de outras espécies costuma ser extremamente forte e dolorosa. O bico dela pode ser comparado a um alicate de corte. É algo que o ser humano precisa tomar cuidado", explica


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