Artigo

A Lei do Retorno



Por Betto Mariano

O criador, por deveras, não criou o mundo redondo — criou um ciclo. Pois tudo o que gira, volta. É a eterna lei do retorno, silenciosa, mas infalível, que poucos compreenderam e muitos insistem em desafiar.

Os tolos jamais aprendem. Os inteligentes aprendem com os próprios erros. Mas os sábios — ah, esses — observam e aprendem com os erros dos outros. E enquanto uns se vangloriam de poder e prestígio, esquecem que a roda do destino não distingue coronel de camponês.

Nos bastidores do cenário interiorano, onde coronéis tentaram calar a pequena imprensa, moveram-se peças discretas: advogados de renome, irmãos de loja, alianças veladas sob o manto maçônico.

Pensaram estar acima da verdade, protegidos por anéis, símbolos e sobrenomes.

Mas o tempo, esse juiz sem toga, sempre cobra o que é devido.
Tudo o que sobe um dia desce.
Tudo o que tenta se esconder, um dia é revelado.

E talvez — apenas talvez — a mais irrefutável vingança seja a da pequena imprensa, aquela que não tem milhões em cofres, mas tem o poder da palavra, a coragem da denúncia e a paciência do relógio que nunca para.

Porque quem tentou calar o eco da verdade, esqueceu que eco só existe quando há voz.
E essa voz, por menor que pareça, ainda é capaz de fazer estremecer impérios.


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