Como jornalista e morador da região que vivenciou a era dourada das ferrovias, sinto-me transportado no tempo ao ouvir os recentes burburinhos sobre o possível retorno do trem de passageiros que ligava Santa Fé do Sul a São Paulo. A nostalgia se mescla à esperança de reviver aqueles tempos em que o apito do trem era uma sinfonia cotidiana e o trilhar sobre os trilhos, a trilha sonora de muitas viagens.
Não se trata apenas de reviver a memória coletiva de uma era em que o trem era o principal meio de transporte entre cidades e estados, mas de reconhecer o potencial que a reintegração deste serviço tem para beneficiar milhares de pessoas hoje. A eficiência do trem em transportar grandes contingentes é inquestionável, e diante de uma realidade em que estradas estão cada vez mais congestionadas e a mobilidade urbana pede soluções sustentáveis, o trem de passageiros poderia ser a resposta de que tanto precisamos.
Agora, o desafio recai sobre os ombros da Empresa Rumo. É imperativo que haja um planejamento meticuloso para que o trem de passageiros não seja apenas um resgate nostálgico, mas uma solução prática e moderna para os desafios de transporte da nossa época. A malha viária de nossa região, que por anos viu apenas o ir e vir de trens de carga, pode estar prestes a testemunhar um renascimento.
Lembrando que, na década de 70, a viagem da Fepasa levava algo entre 15 a 16 horas de Jales a São Paulo, é fascinante especular quanto tempo levaria hoje. Com os avanços tecnológicos e melhorias na infraestrutura ferroviária, podemos sonhar com uma viagem não apenas mais rápida, mas também mais confortável e agradável.
A expectativa é grande e as possibilidades, ainda maiores. Enquanto aguardamos decisões e anúncios oficiais, resta-nos alimentar a esperança de que o som do trem voltará a ser uma parte integrante de nossas vidas, unindo passado e presente, tradição e progresso.