Política

A caravana da hipocrisia: o 3D de Tarcísio é Demora, Descaso e Desastre



Reprodução/Redes Sociais

Em Fernandópolis, uma criança com Síndrome de Angelman — condição rara que exige suporte contínuo, marcada por atraso global do desenvolvimento, limitações severas de fala, crises convulsivas, distúrbios do sono e dificuldades motoras — aguarda há quase dois anos uma cadeira de rodas e uma órtese para conter o avanço do desalinhamento nos pés. Aos 17 anos, depois de uma infância passada entre fisioterapias, internações, noites em claro e tentativas diárias de manter a marcha, ela segue sofrendo: cada passo sem a órtese aprofunda a deformidade, aumenta a dor, limita a autonomia e a convivência escolar; cada dia sem a cadeira adequada fere a dignidade de quem já luta para realizar o básico. A família buscou ajuda justamente na Rede Lucy Montoro de São José do Rio Preto, vitrine do marketing oficial. E ouviu o que nenhuma mãe deveria ouvir: “não há previsão, nem recursos.”

Enquanto o governador Tarcísio de Freitas transforma o interior paulista em set de filmagem para a hashtag #Caravana3D: “mais reabilitação, mais inclusão!”, a realidade cobra no caixa: o “3D” que chega às famílias é Demora, Descaso e Desastre — e tem consequência concreta: dor prolongada, autonomia negada e direitos parados na fila.

Essa resposta — “não há previsão, nem recursos” — desmascara qualquer slogan. Não é falta de tecnologia, é falta de prioridade. Quando o básico não chega, o marketing vira afronta.

Enquanto isso, o governador surge em vídeos sorridentes, exaltando “nova sede moderna, acessível e acolhedora”. Acolhedora para quem? Para as câmeras. Na prática, a “inclusão” vendida em release é figurino de inauguração: bonito na foto, inútil na rotina de quem precisa do serviço hoje.

O 3D que ninguém mostra

Demora que congela direitos e empurra famílias para uma espera sem data;
Descaso que humilha quem luta todos os dias por um mínimo de dignidade;
Desastre que escancara o abismo entre a propaganda oficial e o chão das unidades.

Que “inclusão” é essa que exclui justamente quem mais precisa? De que serve uma “nova sede” se a resposta continua sendo a velha sentença: sem prazo, sem verba, sem solução?

Marketing não anda; cadeirinha, sim

A criança não precisa de discurso; precisa de equipamento. Não de selfie, mas de cadeira de rodas. Não de hashtag, mas de órtese. É o mínimo que um governo decente entrega antes de se declarar “referência”.

Governador, vamos ao ponto

Se há dinheiro para cerimônia, há dinheiro para zerar a fila de órteses e cadeiras nos casos urgentes. Se há equipe para filmagem, deve haver equipe para resolver. O resto é encenação cara.

Caravana 3D? Sim. Mas a única tridimensionalidade que o povo enxerga é a do vexame:
Demora que paralisa, Descaso que fere, Desastre que envergonha.

Enquanto o governo posa para discursos, crianças seguem sofrendo por falta de equipamentos que devolvem autonomia e aliviam dor.

A propaganda é 3D. O compromisso com a vida continua em modo rascunho.

 

Nota do Governo do Estado – Rede Lucy Montoro (na íntegra)

O Serviço de Reabilitação Lucy Montoro de Rio Preto informa que a unidade já atendeu 114.477 pacientes, oferecendo cuidados especializados e suporte integral para o desenvolvimento motor e funcional de pacientes com diferentes condições de saúde.
Em relação ao paciente G.F.G. ele foi atendido na unidade de Fernandópolis e Rio Preto, onde participou de um programa de reabilitação quando era menor de idade. O paciente possui uma síndrome neurológica rara, a Síndrome do Angioma, que causa alterações motoras e cognitivas. Durante o período de tratamento, ele recebeu acompanhamento especializado voltado à reabilitação motora, além de equipamentos de apoio, como cadeira de rodas, cadeira de banho e órteses. Para continuidade do tratamento, foi encaminhado para APAE de Fernandópolis, instituição habilitada para atendimento cognitivo.
A Rede Lucy Montoro realiza triagem, avaliação e inclusão de pacientes em programas de reabilitação conforme critérios clínicos. São elegíveis aqueles com condições neurológicas ou físicas que permitam participação ativa no processo terapêutico. A rede não realiza atendimento específico para pacientes com autismo, doenças cognitivas graves ou determinadas doenças raras fora do escopo reabilitacional.

Atenciosamente,
Assessoria de Imprensa
Secretaria de Comunicação
Governo do Estado de SP
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(11) 2193-8520


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